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- Senhora Schneider, as noticias não são das melhores. Você não pode engravidar. Podemos tentar um tratamento...
Eu sai correndo deixei o médico a falar sozinho. Eu não podia dar aquilo que o Matt mais sonha. Ter um filho. Ele nunca me disse diretamente, mas eu podia ver o brilho nos olhos quando uma criança passava ou quando brincava com meus sobrinhos. Eu ia privar ele do maior sonho. Eu não era a melhor esposa. Ele escolheu a pessoa errada para amar.
Fiquei andando por horas, quando dei por mim, estava no cemitério. Eu sabia onde eu queria ir...
- Desculpa não ter vindo antes... mas eu queria guardar um imagem feliz sua. - eu estava conversando com o tumulo do Luciano - Eu não posso ter filhos. Eu nunca vou poder fazer o Matt completamente feliz. Eu sei, podemos adotar, mas eu queria tanto dar a luz... - a tarde passou rapidamente e continuei ali conversando - Lembra quando ficamos com medo de sermos pais? Pois é, nunca corremos esse risco. É, devo voltar, o Matt deve estar preocupado.
O caminho de volta para a minha casa estava cercado de crianças. O mundo resolvera me torturar. Eu só conseguia pensar que nunca poderia dar um filho ao Matt...
- Meu amor, você está bem? - ele estava na porta de casa me esperando - Fiquei preocupado.
- Precisamos conversar - meus olhos estavam tão vermelhos.
- O que aconteceu? - ele estava sentado de frente para mim. Era tão difícil encará-lo - Eu.. eu.. não posso ter filhos Matt. - ele não respondeu, ficou imóvel ali. - Desculpa...
- Você não tem se desculpar. Podemos fazer tratamentos, o medico disse que podemos fazer, não disse?
- Por que você está dizendo 'NÓS'? Eu sou a problemática da história! Eu não posso ter filhos.. EU!
- Porque nós somos um 'NÓS' agora. - e me abraçou - Chora meu amor, vai te fazer bem.
- Você me desculpa? - era pior chorar nos braços dele. Eu era culpada.
- Você não tem culpa! Amanhã eu vou ao médico com você. Pelo o que eu te conheço você deve ter saído correndo e nem esperou ouvir o que ele tinha para te dizer... - realmente ele me conhecia muito bem.
Estava na cafeteria com a Sofia, ela tinha retornado de viagem.
- Pára de se culpar menina! - a viagem de Sofia a fizera bem, ela não toca mais no assunto que queria morrer logo. - Você e o Matt deveriam viajar. As viagens fazem milagres.
- Para onde? - eu só quero ficar num canto escuro. - Paris? Já fomos. EUA? Também. Toronto? Indescritível...
- Itália! Roma!
- Por que iremos para lá?
- Por que aquela cidade é mágica... você vai se encantar e voltará com surpresas.
Não sei quais surpresas ela estava se referindo. Mas seria bom viajar, esquecer do mundo.
- Por mim tudo bem amor, quando você fica livre do trabalho?
- Pedi vinte dias de folga. Podemos ir agora. - Matt era sócio junto com seu pai de vários restaurantes da cidade, a folga vinha quando ele desejava.
- Itália! Roma! Vamos experimentar muitos restaurantes.
- Se a comida for boa que nem a sua, eu topo ganhar muitos quilinhos. - tentava parecer feliz, porém na verdade eu queria me afogar na comida.
- Uma semana meu amor! Depois ficaremos quietinhos em casa, só eu e você - disse quando chegamos no hotel de Roma.
Tudo era incrivelmente lindo e apaixonante. Resolvemos caminhar pela rua do hotel. O trânsito era mais caótico que o da Avenida Paulista, porém na sua maneira Roma de ser.
- É tudo tão lindo!
- E você completa essa beleza.
- Não concordo com você, VOCÊ completa! - Nos beijamos ali no meio da rua. Outros casais faziam o mesmo ou até mais...
Eu havia me esquecido dos problemas durante o dia. Passava o dia vendo tantos lugares e indo a tantos restaurantes. O Matt parecia me encher de passeios, restaurantes, livrarias, museus, bibliotecas...
- Eu quero ficar mais que uma semana aqui. Pode ser duas? - eu sei que tudo que eu peço ao Matt ele faz.
- Se você quer, ficaremos! Podíamos até mudar para cá... - eu olhei torto para ele - Ok, mais uma semana.
Eu o beijei suavemente e intensamente, estávamos no nosso terceiro dia. E não havíamos nos amado. Matt não queria me pressionar, sabia que eu não estava preparada para aquilo. Mas naquela noite era o que mais deseja e como sempre ele me dava tudo que eu pedia.
Havíamos voltado de Roma fazia dois meses e os problemas ficaram por lá. Matt havia concordado em não voltarmos ao médico por um tempo e também pensaríamos na possibilidade de adotar uma criança. Sempre pensamos nisso, mas queríamos ter um filho com nosso DNA e depois adotaríamos um.
- Bom dia amor! - sentei na mesa para tomar café - Qual é a especialidade de hoje?
- O seu preferi...do - Matt não conseguiu terminar de falar. Foi correndo atrás de mim. Eu estava no banheiro.
- Acho que foi o cheiro da comida. Você sabe como eu fico com o estômago estranho às vezes.
- Sei sim. Quer comer outra coisa?
- Não vou tentar... - ele estava me olhando com um sorrisinho feliz, como se ele soubesse de algo que eu não sabia.
- Ah amor... a Sofia ligou. Perguntou se você já descobriu a surpresa.
- Que surpresa? - ele continua a sorrir... - Ah, ela me disse que quando voltasse da Itália, teria uma surpresa. Veja, dois meses depois eu ganho um problema no estômago. Também, você me fez comer muito!
- Ah.. mas também te fiz perder muito peso - Nossas últimas noites em Roma foram simplesmente as melhores e nem saímos do quarto do hotel.
Ao voltar do trabalho havia um presente na minha porta: "Querida Laura, tomei a liberdade de comprar. Agora você descobrirá a surpresa que essa viagem te reservava. Beijos, Sofia."
O que será que a Sofia andou aprontando? Um teste de gravidez... Ela não devia ter brincado com isso.
Entrei correndo em casa. Nem conversei com Matt, o banheiro era mais importante.
- Você devia procurar um médico... - disse me ajudando a levantar.
- Eu odeio vomitar. - ignorando o que ele havia me dito - A Sofia nos mandou um presente.
- O quê? - mostrei o embrulho que estava no chão do banheiro - Um teste de gravidez?
- Brincadeira de mau gosto. - outro enjôo não. Poderia pegar água para mim?
Enquanto Matt foi à cozinha pegar água o telefone tocou. Eu deveria aproveitar esse tempo para fazer o exame, se desse negativo ele nem saberia...
- O que aconteceu amor? Não melhorou? Aqui a sua água. - segurei o copo e não tomei a água. Estava sentada na cama.
- Matt... - eu estava me segurando para conter o sorriso - Você vai ser papai.
- Você está grávida? Precisamos fazer outro exame, você sabe como são esses exames. Mas você anda enjoada... - ele estava confuso e feliz.
- Eu vou fazer exame de sangue. Não se preocupe se for engano, nos temos um plano B.
Uma semana depois...
- Eu vou ser papai Sofia! - Matt conversava com Sofia ao telefone enquanto eu continuava a conversar com o vaso sanitário.
A alegria que ele estava era indescritível. Seriamos completos agora. Não, ainda faltava mais um membro, mas ele logo viria, logo após o nascimento do nosso bebe. Teríamos outra criança a alegrar a casa. E finalmente poderíamos estar completos. Como estávamos agora.
Só estávamos felizes porque o Matt nunca fizera meu tipo. Ele fez algo bem maior: ele me amou e me fez amá-lo.
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