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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Fingimentos


Numa tarde de conversa com a família, as histórias antigas sobre pessoas que você nunca conheceu são contadas. Você se sente parte delas e até toma decisões favoráveis ou contrárias dependendo do andar da história. A contação fica mais interessante a partir de descobertas que foram guardadas na família há anos, como casamentos sem amor, que eram levados por questão de tradição. O que mais me interessou nessas histórias são as acusações sobre fingimento.
 “Fulana fingia que ama fulano só por interesse.”
“Fulana teve a coragem de depois sair com beltrano e voltar para casa do fulano.”

E nossa vida, é puro fingimento?

O que fingimos?
Fingimos interesses em conversas chatas, talvez porque consideramos necessárias que elas aconteçam.
Fingimos interesses em coisas que não nos interessam nem um pouco.
Fingimos orgasmos.
Fingimos acreditar em relações sem futuro.
Fingimos sermos outras pessoas apenas para agradar os outros e acabamos fingindo para nós mesmos.
Fingimos perdoar.
Fingimos para não brigar.
Fingimos sorrir quando a vontade é mandar tudo para longe.
Fingimos achar graça quando a vontade é socar.
Mas o que eu não consegui concluir depois de uma conversa durante toda a tarde é saber por que precisamos fingir, se na verdade podemos fugir...

2 comentários:

  1. Fugir seria fingir que deixou tudo pra trás.

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  2. Fugir resolve menos que fingir. Se você foge, quando volta tem que fingir do mesmo jeito... No fundo, os seres humanos são mesmo complicados!

    Um beijo,

    http://algumasobservacoes.blogspot.com/
    http://escritoshumanos.blogspot.com/

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