A little fuckin' mess

Entrei, olhei as contas jogadas na mesa, o gato sentado no sofá e os vizinhos andando pela varanda. Fui até o quarto, abri as janelas, deixei o sol entrar. Voltei à cozinha, coloquei a água para ferver, fui até o armário e escolhi o saquinho de chá. Me joguei abruptamente na cadeira, todo o peso que estava carregando nas costas se acomodaram lá. Brincava com o saquinho de chá tirando e colocando-o novamente na água.

É engraçado como a vida não é bem como esperamos. As coisas mudam e saem do controle. O que era confortável deixa de ser e passa a ser incômodo. A calma que cercavam seus dias desaparece e no lugar surge uma inquietação de perguntas. Perguntas dos mais diversos tipos, questões que antes não era questionáveis. Sua vida passa diante dos seus olhos inúmeras vezes e cada acontecimento é repensado. “E se”, toma conta de todo seu ser. “E se” fosse de determinada maneira, você não estaria aqui vivendo esse momento. A vida tem inúmeras possibilidades, apenas cabe a nós escolhermos, no momento, qual é melhor para ser vivida. 

E se num futuro próximo, nos arrependermos, nunca é tarde para repensar e começar a viver tudo de um modo diferente. A vida é extremamente longe e curta, aproveite tudo que você pode, no momento que deve ser aproveitado. 

           Jogo o saquinho de chá no lixo, vou até a sacada e fico olhando o movimento passar com aquele sorriso nos lábios, que há tempos, tinha insistido em sumir.