Chuva

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Lá fora cai uma chuva fina e eu aqui sentada com meu notebook tentando terminar alguns trabalhos. O som da chuva me faz viajar um pouco em meus pensamentos quando fico a olhar sua foto... Fico lembrando algumas promessas que te fiz antes de você sair por aquela porta: prometi que trabalharia menos e que assim teria mais tempo para nós. 

Foi por esse motivo que você aceitou casar comigo, tentou construir sua vida ao meu lado. Você estava disposto a rearranjar sua vida para ficar comigo e eu nem pensava como o incluir em meus planos. Nem quando nossa filhinha nasceu eu não sabia como encaixar você e ela na minha vida.

Confesso que os dias foram felizes, apesar das dores eu adorava sentir ela perto de mim e você sempre tão disposto a tudo. Estava ali sempre que precisei e esteve ao meu lado quando eu mais precisei. Não pude suportar quando nossa filha apareceu sem vida no berço! Maldita empregada que a matou. E por quê? Só por que ela havia se apaixonado por você. Por que matar a nossa filha? Me matasse, mas não matasse ela. Nosso casamento seguiu o rumo  final a partir daí:

 - Claudio, desculpa te ligar essa hora. Eu sei que está tarde, mas pensei em tudo que passou nesse um ano. Eu nunca dei o devido valor a você. Você sempre esteve na minha vida e me amou de forma intensa. Me deu a maior jóia: minha filha linda e peço perdão por tê-lo culpado pela morte dela. Você não teve a menor culpa... Nenhum de nós teve. – a voz do outro lado vacilou:

 - Desculpa, o Claudio não está, ele saiu, quem fala aqui é a esposa dele, Maria. – Ele havia se casado de novo. E só fazia um ano! Um ano que eu o deixei para me isolar mais do que eu já era isolada. – Eu passo o recado Ana, eu acho que ele precisa saber disso.

Eu sempre demoro demais para dar valor a tudo que eu tenho na minha vida, só dou o devido valor quando eles vão embora. E eu vou voltar para o meu trabalho e deixar esses pensamentos irem embora...