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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Une bonne idée


“Por inúmeras vezes me peguei visualizando aquela imensidão branca da tela do computador. Pensava em todas as histórias vividas, mas elas não queriam habitar o mundo de um escritor, no caso, uma escritora. Por muitas vezes pensei em parar com tudo isso, afinal elas nunca foram tão boas quanto eu queria. Voltei então a ler, contudo nem vontade de virar as páginas dos livros habitava mais em mim.”


http://weheartit.com/entry/3969105


Resolvi sair para comprar taças. Esse utensílio se torna indispensável para um bom admirador de vinhos. Fiquei horas olhando para cada uma delas e decidindo qual seria perfeita para armazenar aquele perfume e sabor indescritíveis que uma boa safra pode oferecer.  Comprei duas, não precisava de muito, era sozinha.

Para acompanhar um bom vinho nada com uma massa. Andei pelas gôndolas do supermercado como uma noiva à procura do vestido perfeito. Um talharim combinaria perfeitamente com ricota e molho branco.

Retornei para meu apartamento comecei a procurar pelo velho livro de receitas. Enquanto folheava cada página tomava pequenos goles de vinho. Aquilo penetrava a minha alma como o raio de sol matutino passa pela janela e ilumina toda a casa. A cada gole, sentia meu corpo vivo, sentia cada parte que com o tempo ficou esquecida. Era como um vampiro se deliciando com sangue saboroso. Cada parte do seu corpo respondia com uma sensação de prazer e alívio.

Coloquei a massa na água e fiquei preparando o molho com todos os ingredientes que eu achava indispensáveis, o cheiro da combinação de cheiro verde e salsinha impregnavam pelo apartamento como uma bailarina dançando seu solo favorito. O barulho que o azeite fazia ao se aquecer na panela foi atrapalhado pelo som vindo do meu celular, era apenas mais uma mensagem que as operadoras de celular insistem em enviar a todo o momento.

Enquanto tudo cozinhava em seu tempo fui até meu quarto e vesti um vestido preto levemente rodado, prendi os cabelos num coque alto e deixei a franja escorrer pelo meu rosto. Coloquei os brincos que eu mais gostava, dancei ao passar meu perfume e coloquei o solitário. A casa parecia estar em harmonia com meu humor; eu estava feliz!

Bebi mais um cálice de vinho demoradamente. Fui até o aparelho de som e deixei passar por todas as estações até encontrar alguma que me agradasse. Deixei o som levar meu corpo por aquele ritmo leve e suave, um ritmo que poderia ser facilmente dançando a dois. Foi quando notei que ele estava ali me olhando pela janela do outro apartamento, estava sentando na sacada com seu cálice de vinho. Levantou suavemente insinuando um brinde, brindamos e o convidei para dançar comigo. Estávamos ali, tão distantes e tão próximos. Eu parei de me questionar sobre o que eu sinto e apenas comecei a sentir, é bem mais saboroso e prazeroso!

3 comentários:

  1. consegui imaginar a cena perfeitamente. Muito bom pam. Mas estação de rádio, quem houve radio ainda? huahuahuahua zuera

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  2. Consegui imaginar a cena perfeitamente [2]
    Até o cheirinho delicioso da massa e o gosto do vinho hmmm
    Muito bom o texto XD

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  3. Olááá Pâmela!

    Eu estava pensando em um projeto meio doido. Imaginei um texto (pequeno mesmo) feito por 4 pessoas, e gostaria de saber se você quer participar disso^^. Acho que seu toque detalhista sobre o que rodeia o personagem e seu modo de descrever o que se passa em sua mente seria uma grande contribuição :). Eu comecei o texto e já há outra pessoa fazendo uma segunda parte; é pequeno, nada muito complicado^^. Se quiser participar, me dá um toque que te explico melhor por e-mail ou posto aqui nos comentários. =D

    Abraços!
    Alexandre

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